A reabilitação motora frequentemente utiliza a técnica de imagem mental, onde o indivíduo imagina a execução de um movimento sem realmente realizá-lo. Acredita-se que essa prática ativa áreas cerebrais similares às ativadas durante o movimento físico, auxiliando na recuperação de habilidades motoras após lesões ou condições neurológicas. No entanto, um estudo recente questiona a eficácia da imagem mental em atualizar os modelos internos do cérebro, que são cruciais para prever e refinar os resultados de movimentos reais.
A pesquisa, publicada na revista Psychological Research, investigou se a imagem mental, mesmo quando combinada com a exposição a erros, é capaz de promover a adaptação motora. Noventa participantes foram submetidos a um experimento onde precisavam apontar para alvos enquanto usavam um prisma que deslocava sua visão para a esquerda. Após uma fase inicial de prática física, os participantes foram divididos em grupos: um continuou com a prática física, outro realizou a prática de imagem mental, um terceiro realizou uma tarefa não relacionada, e o último não realizou nenhuma tarefa adicional. Os resultados mostraram que todos os grupos apresentaram efeitos residuais da adaptação ao prisma, mas não houve diferenças significativas entre o grupo que praticou imagem mental e os grupos de controle.
Esses achados sugerem que a imagem mental, por si só, pode não ser suficiente para atualizar os modelos internos necessários para aprimorar o desempenho motor. A natureza interna e não física da imagem mental pode limitar a exposição a erros sensoriais, que são importantes para a aprendizagem motora adaptativa. Portanto, a combinação de prática física e imagem mental pode ser mais eficaz na reabilitação, permitindo que o indivíduo experimente e corrija seus movimentos em um contexto real. Mais pesquisas são necessárias para entender completamente como a imagem mental contribui para a aprendizagem motora e como otimizar seu uso em aplicações práticas, como a reabilitação.
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