A deficiência visual pode impor desafios significativos à mobilidade e à realização de tarefas cotidianas, muitas vezes levando a um estilo de vida mais sedentário e a níveis reduzidos de aptidão física. No entanto, um estudo recente investigou os efeitos de um protocolo de exercícios aquáticos adaptado na ativação muscular e na força em mulheres com deficiência visual, apontando para benefícios importantes na reabilitação.
O estudo, publicado na revista PLoS One, envolveu 30 mulheres cegas, divididas em um grupo experimental e um grupo controle. O grupo experimental participou de sessões aquáticas semanais de 60 minutos, enquanto o grupo controle manteve suas atividades regulares. Os pesquisadores mediram a ativação eletromiográfica (EMG) e o tempo de início dos músculos da perna, como o tibial anterior, gastrocnêmio medial, reto femoral e bíceps femoral. A força muscular também foi avaliada nos dorsiflexores e flexores plantares do tornozelo, bem como nos flexores e extensores do joelho.
Os resultados mostraram que o grupo experimental apresentou um aumento na ativação EMG nos músculos avaliados, além de uma diminuição significativa no tempo de início da ativação muscular em comparação com o grupo controle. Adicionalmente, a força muscular aumentou consideravelmente no grupo experimental, especialmente nos dorsiflexores do tornozelo e extensores do joelho. As conclusões indicam que um programa de exercícios aquáticos pode melhorar a função neuromuscular e a força em mulheres com deficiência visual, reforçando seu potencial para uso na reabilitação. A água oferece um ambiente de baixo impacto que pode ser particularmente benéfico para pessoas com limitações de mobilidade, permitindo que realizem exercícios que seriam difíceis ou impossíveis em terra. Este estudo destaca a importância de se considerar exercícios aquáticos como uma opção eficaz para promover a saúde e o bem-estar em indivíduos com deficiência visual.
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