Como o Olhar Revela a Emoção: Estudo Compara Adolescentes com Autismo e Distúrbios de Conduta

A forma como processamos as emoções faciais e para onde direcionamos nosso olhar pode estar intrinsecamente ligada, especialmente em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Distúrbios de Conduta (DC). Um estudo recente investigou as bases neurais desses processos em adolescentes, buscando entender se o comportamento do olhar poderia explicar diferenças na ativação cerebral entre jovens com TEA, DC e um grupo de desenvolvimento típico.

A pesquisa envolveu 105 adolescentes, divididos entre grupos com DC, TEA e um grupo de controle. Os participantes foram submetidos a exames de imagem cerebral enquanto realizavam uma tarefa de processamento emocional implícito, com rastreamento ocular simultâneo. Os pesquisadores analisaram a quantidade de fixações nos olhos e na boca durante a apresentação de expressões faciais neutras, de medo e de raiva. Os resultados revelaram que jovens com TEA tendiam a fixar mais a boca em comparação com os outros grupos. Já os participantes com DC e traços de falta de emoção mostravam menos fixações na região dos olhos, independentemente da emoção expressa.

Ao analisar a atividade cerebral, os cientistas observaram uma maior ativação na ínsula anterior direita em adolescentes com TEA ao visualizarem rostos com raiva. Curiosamente, essa diferença na ativação cerebral diminuiu quando os parâmetros do comportamento do olhar foram incluídos na análise. Essa descoberta sugere que a maneira como o olhar é direcionado pode influenciar a ativação de regiões cerebrais envolvidas no processamento emocional, como a ínsula. Compreender essa relação é crucial para desenvolver intervenções mais eficazes para indivíduos com dificuldades no processamento de emoções faciais, focando no comportamento do olhar como um possível alvo terapêutico. Estudos futuros com amostras maiores poderão aprofundar essa compreensão e refinar as abordagens de tratamento.

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