Acidentes com agulhas, também conhecidos como lesões perfurocortantes, representam um risco significativo para profissionais de enfermagem, expondo-os a infecções transmitidas pelo sangue. Um estudo recente investigou a prevalência, os fatores de risco e a conscientização sobre a profilaxia pós-exposição (PEP) entre enfermeiros na Estônia, revelando dados importantes para a prevenção e o manejo desses incidentes.
A pesquisa, realizada por meio de um questionário eletrônico, envolveu 211 enfermeiros, predominantemente mulheres com idades entre 21 e 75 anos. Surpreendentemente, mais da metade dos participantes (57,1%) relatou ter sofrido um acidente com agulha nos últimos dez anos. As principais causas desses acidentes foram o descarte inadequado de materiais perfurocortantes (33%) e o uso de agulhas de seringa (72%). Esses dados destacam a necessidade urgente de aprimorar os protocolos de descarte e o manuseio seguro de seringas nos ambientes de trabalho.
Após sofrerem um acidente com agulha, a maioria dos enfermeiros tomou medidas de higiene e precaução: 84% lavaram a área afetada com água e sabão, e 80% utilizaram desinfetantes à base de álcool. No entanto, um percentual preocupante de 20,6% não reportou o incidente, seja por considerá-lo insignificante ou por falta de acompanhamento posterior. Além disso, 14,7% desconheciam a obrigatoriedade da notificação, e 8,8% não sabiam a quem reportar. Esses resultados apontam para falhas na comunicação e na educação sobre os procedimentos de segurança e a importância da notificação para garantir o acesso à PEP e o monitoramento adequado. A conscientização e o treinamento contínuo são essenciais para proteger os profissionais de enfermagem e reduzir a incidência de acidentes com agulhas, assegurando um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. Melhorar as práticas de notificação também é crucial para garantir que os enfermeiros recebam o apoio e o tratamento necessários após uma exposição.
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