A avaliação da dor em pacientes criticamente enfermos, especialmente aqueles com lesões cerebrais adquiridas e distúrbios de consciência, representa um desafio significativo para profissionais da saúde. Identificar e quantificar a dor nesses pacientes é crucial para garantir o alívio adequado e melhorar a qualidade de vida.
Um estudo recente buscou validar o conteúdo de uma versão adaptada da Escala de Condutas Indicadoras de Dor (ESCID) para uso em pacientes com lesão cerebral adquirida, distúrbios de consciência e via aérea artificial. A pesquisa utilizou a técnica e-Delphi, que envolveu cinco rodadas de avaliação por dez especialistas experientes na área. Inicialmente, um questionário com 30 indicadores comportamentais de dor foi apresentado aos especialistas, que avaliaram a relevância, pertinência, clareza e utilidade de cada item.
Após as rodadas de avaliação, dez indicadores comportamentais de dor foram considerados válidos pelos especialistas. Esses itens foram definidos, categorizados e incluídos na versão final da escala adaptada. O consenso entre os especialistas foi alto em relação à validade do conteúdo desses dez indicadores. A validação facial da escala também demonstrou boa aceitação, com 70% dos especialistas considerando a redação e a compreensibilidade de nove dos dez itens como ‘boas’. Este estudo representa um avanço importante para aprimorar a detecção e o manejo da dor em pacientes criticamente enfermos com lesões cerebrais, fornecendo uma ferramenta específica para auxiliar os clínicos na prática diária.
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