A psiquiatria de precisão está evoluindo, e uma das áreas mais promissoras é a dimensão do neurodesenvolvimento. Essa abordagem representa um desafio significativo e abre novas perspectivas para a compreensão e o tratamento de transtornos psiquiátricos, indo além das categorias diagnósticas tradicionais.
O modelo de neurodesenvolvimento propõe que muitos transtornos, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), a esquizofrenia e o transtorno bipolar, podem ser entendidos como desvios nas trajetórias de desenvolvimento do cérebro. Esses desvios ocorrem em períodos críticos de vulnerabilidade, impactando a forma como o cérebro se organiza e funciona. A identificação desses desvios é crucial para intervenções mais eficazes.
A grande inovação dessa abordagem reside na utilização de métodos multimodais. Ao integrar dados clínicos, biológicos (como genéticos e bioquímicos), de neuroimagem (ressonância magnética, por exemplo) e neurofisiológicos (eletroencefalograma), é possível definir uma carga neurodesenvolvimental individualizada. Isso significa que, em vez de tratar todos os pacientes com o mesmo diagnóstico da mesma forma, a psiquiatria de precisão busca estratificar os pacientes com base em seus perfis de desenvolvimento únicos. Essa individualização abre caminho para o desenvolvimento de tratamentos personalizados, adaptados às necessidades específicas de cada paciente, otimizando os resultados terapêuticos e minimizando os efeitos colaterais. É um avanço significativo na busca por uma psiquiatria mais humana e eficaz.
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