Resolver o Cubo de Rubik em alta velocidade não é apenas um passatempo, mas um exercício complexo que exige habilidades cognitivas refinadas. Um estudo recente investigou a atividade cerebral de atletas de alto nível enquanto planejam e executam os movimentos necessários para solucionar o quebra-cabeça. A pesquisa buscou entender melhor as demandas eletrocorticais envolvidas nessa atividade, comparando-as com outras tarefas que exigem planejamento, habilidades motoras finas, memória espacial e capacidade visuoespacial.
Treze homens experientes em speedcubing (a prática de resolver o cubo o mais rápido possível) participaram do estudo. Eles foram submetidos a eletroencefalogramas (EEGs) enquanto realizavam tarefas relacionadas ao Cubo de Rubik, como o planejamento e a execução dos movimentos, além de outras atividades como a Torre de Londres (um teste de planejamento), o Judgment of Line Angle and Position-15 (JLAP, que avalia a percepção visuoespacial), o Memory Match (um jogo de memória) e testes de habilidades motoras finas. Os resultados mostraram que os speedcubers apresentaram padrões de atividade cerebral semelhantes durante o planejamento e a execução das tarefas do Cubo de Rubik.
Uma análise mais aprofundada revelou que a atividade na faixa Delta do EEG, na região occipital do cérebro (responsável pelo processamento visual), estava significativamente associada à execução do Cubo de Rubik. Isso destaca a importância da integração visuomotora nesse processo. Além disso, o desempenho no teste JLAP correlacionou-se com a atividade cerebral nas regiões frontal e occipital, também na faixa Delta, enfatizando o papel das habilidades visuoespaciais. O desempenho na Torre de Londres, por sua vez, mostrou correlação com a atividade na região temporal do cérebro nas faixas Delta e Theta, ressaltando a importância das habilidades de planejamento para a resolução do Cubo de Rubik. Em suma, o estudo oferece uma visão valiosa sobre os intrincados mecanismos neurais que sustentam a prática do speedcubing, revelando as assinaturas neurais complexas em diversas regiões do cérebro, tanto nas tarefas relacionadas ao Cubo de Rubik quanto em atividades cognitivas isoladas. A compreensão desses mecanismos neurocognitivos pode abrir caminho para protocolos de treinamento aprimorados em tarefas que exigem habilidades cognitivas e motoras de alto nível, beneficiando áreas como a reabilitação e o desenvolvimento de novas tecnologias.
Origem: Link