Um estudo recente investigou a relação entre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e distúrbios do sono em crianças, buscando entender melhor as bases neurofisiológicas dessa associação. A pesquisa utilizou a espectroscopia funcional de infravermelho próximo (fNIRS) para comparar a conectividade funcional (CF) do cérebro em crianças com TEA que também apresentavam problemas de sono, em comparação com aquelas com TEA sem essas complicações e com um grupo de crianças com desenvolvimento típico.
O estudo envolveu 88 crianças entre 4 e 9 anos de idade, divididas em três grupos: TEA com distúrbios do sono, TEA sem distúrbios do sono e um grupo de controle com desenvolvimento típico. Os pesquisadores avaliaram a atividade cerebral dos participantes em estado de repouso e observaram que a conectividade funcional em diversas áreas do cérebro era mais fraca no grupo com TEA e problemas de sono, em comparação com os outros dois grupos. As áreas afetadas incluíram o giro supramarginal, o giro frontal inferior, a área frontopolar, o córtex pré-frontal dorsolateral e o córtex de associação visual. Os valores de CF também foram mais baixos no grupo TEA com problemas de sono em comparação com o grupo TEA sem problemas de sono.
Os resultados sugerem que a presença de distúrbios do sono pode impactar a forma como diferentes regiões do cérebro se comunicam em crianças com TEA. Além disso, a pesquisa encontrou correlações entre a conectividade funcional em certas áreas do cérebro e características comportamentais associadas ao TEA, como dificuldades na interação social e comportamentos repetitivos. Por exemplo, a conectividade funcional no giro frontal inferior esquerdo mostrou uma leve correlação negativa com as pontuações na escala de afeto social. Embora promissoras, os autores ressaltam a necessidade de estudos maiores e multicêntricos para confirmar e expandir essas descobertas, dada a amostra relativamente pequena utilizada nesta pesquisa inicial.
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