O Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode apresentar desafios significativos no diagnóstico, especialmente em crianças que passam por mudanças ambientais importantes, como a migração. Um estudo de caso recente ilustra como a adaptação a um novo país e cultura pode mascarar características típicas do autismo, levando a um diagnóstico tardio.
No caso em questão, um menino de 16 anos teve seu diagnóstico de TEA atrasado devido à migração precoce de Portugal para o Reino Unido, após um período de separação de seu cuidador principal. Aos cinco anos, uma fase crucial para o desenvolvimento neurológico, a mudança de país coincidiu com o surgimento de características autísticas, como regressão da linguagem, sensibilidade sensorial e isolamento social. No entanto, esses sinais foram inicialmente interpretados como parte do processo de adaptação cultural e aprendizado de um novo idioma.
A experiência destaca a importância de uma avaliação completa do histórico de desenvolvimento em crianças migrantes. É fundamental considerar tanto as vulnerabilidades intrínsecas da criança quanto os fatores contextuais externos. Profissionais de saúde devem estar atentos para diferenciar os sinais de TEA de comportamentos adaptativos relacionados à migração, garantindo um diagnóstico preciso e intervenção precoce para otimizar o desenvolvimento e o bem-estar da criança. A coleta detalhada do histórico e a sensibilidade cultural são ferramentas cruciais nesse processo.
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