Anomalias sensoriais, que se manifestam em diversos transtornos mentais como depressão, transtorno do espectro autista e esquizofrenia, impactam significativamente as interações sociais, comportamentos e funções cognitivas. Estas alterações, que afetam múltiplos canais sensoriais como audição, visão e olfato, parecem ser elementos cruciais no desenvolvimento e progressão destas patologias.
Pesquisas recentes têm explorado modelos animais para investigar o desequilíbrio entre os neurotransmissores glutamato e GABA, associado a alterações cognitivas e disfunção na excitação/inibição neuronal. A aplicabilidade destes modelos permite a transferência de descobertas para humanos, facilitando a compreensão dos mecanismos cerebrais envolvidos nas anomalias sensoriais. O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório no cérebro, enquanto o GABA é o principal neurotransmissor inibitório. O balanço adequado entre esses dois é essencial para o funcionamento normal do cérebro.
Um estudo promissor, conduzido pela coorte francesa Minds, utiliza ferramentas clínicas avançadas, ressonância magnética funcional (fMRI) e eletroencefalograma (EEG) para investigar em detalhes estes mecanismos cerebrais. O objetivo principal é redefinir abordagens diagnósticas e terapêuticas personalizadas para transtornos mentais, considerando as anomalias sensoriais como uma dimensão objetiva e quantificável. A identificação e compreensão destas anomalias podem levar a intervenções mais eficazes e direcionadas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
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