Com o aumento da expectativa de vida, a capacidade funcional (CF) e a habilidade funcional (HF) se tornaram temas cruciais na saúde do idoso. Mas o que exatamente significam esses termos e por que são tão importantes? Um estudo recente publicado na revista The Gerontologist investigou as definições, dimensões e métodos de avaliação da CF e HF, buscando clareza em um campo onde a terminologia muitas vezes carece de consistência.
A pesquisa revelou que, apesar da crescente atenção dada a esses conceitos, as definições de CF e HF variam consideravelmente. Foram identificadas quatro dimensões principais que abrangem ambos os conceitos: a física, a mental, a social e as atividades da vida diária (AVDs). Curiosamente, a capacidade funcional tende a enfatizar mais a saúde física, enquanto a habilidade funcional se concentra na independência na realização das AVDs, como tomar banho, vestir-se e alimentar-se. A multiplicidade de ferramentas de avaliação, com quase 100 instrumentos diferentes identificados, também destaca a necessidade de abordagens mais padronizadas e multidimensionais.
A falta de uniformidade nas definições e avaliações de CF e HF dificulta a comparação de resultados de pesquisas e o desenvolvimento de intervenções eficazes. O estudo sugere a adoção da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) como um modelo para alinhar a pesquisa e a prática clínica. Ao adotar definições padronizadas e avaliações abrangentes, será possível avançar na compreensão do envelhecimento saudável, orientar intervenções clínicas personalizadas e informar políticas públicas que promovam a qualidade de vida dos idosos. A padronização e a avaliação holística da CF e HF são cruciais para o futuro da pesquisa e do cuidado com a população idosa, permitindo um suporte mais eficaz e direcionado às necessidades individuais.
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