Um estudo recente publicado no Journal of Paediatrics and Child Health investigou as necessidades de saúde e o tratamento de jovens que acessam serviços pediátricos de saúde transgênero (Hauora Tāhine) na região de Te Tai Tokerau, Nova Zelândia. A pesquisa destaca a importância do atendimento individualizado e multidisciplinar para essa população, que frequentemente apresenta demandas médicas e psicológicas específicas.
O estudo retrospectivo analisou dados de 45 jovens encaminhados ao departamento pediátrico geral entre janeiro de 2020 e junho de 2023. A idade média no momento do encaminhamento era de 13 anos, com uma variação de 8 a 15 anos. Entre os participantes, 22% eram Māori, 60% tinham diagnósticos de saúde mental coexistentes e 11% haviam tentado suicídio anteriormente. Além disso, 31% apresentavam possível ou confirmado Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Os resultados revelaram que o tempo médio entre o encaminhamento e a primeira consulta especializada foi de 90 dias. Todos os jovens receberam apoio psicológico, e 33% não necessitaram de tratamento médico para afirmar sua identidade de gênero. Para aqueles que necessitaram de intervenção médica, 68% receberam supressão puberal com Lucrin, enquanto 36% utilizaram outros supressores menstruais. A terapia hormonal de afirmação de gênero foi prescrita para 24% dos participantes, que também passaram por avaliação psicológica prévia e discussões sobre fertilidade. O estudo conclui que jovens com diversidade de gênero necessitam de uma variedade de tratamentos para apoiar sua identidade de gênero, ressaltando a alta prevalência de comorbidades de saúde mental e TEA nesse grupo, enfatizando a necessidade de abordagens terapêuticas integradas e personalizadas.
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