Neuropsiquiatria em Machado de Assis: Uma Análise da Saúde Mental em Brás Cubas, Quincas Borba e Rubião

A literatura, quando observada sob a lente da neurociência, revela nuances fascinantes sobre o comportamento humano. Machado de Assis, um dos maiores nomes da literatura brasileira, demonstrava uma habilidade ímpar em retratar personagens com características que, hoje, seriam associadas a condições neuropsiquiátricas. Um estudo recente explora essa intersecção, buscando paralelos entre as obras de Machado e o entendimento moderno das doenças mentais.

Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o protagonista exibe comportamentos que lembram episódios de delírio, marcados por confusão mental e alterações na cognição. Já em Quincas Borba, o personagem homônimo apresenta traços que podem ser relacionados ao Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e ao transtorno bipolar. Essa análise não busca diagnosticar os personagens, mas sim destacar a percepção aguçada de Machado em relação às complexidades da mente humana.

Ainda em Quincas Borba, Rubião, o protagonista, apresenta sintomas que se assemelham a critérios para demência, como alucinações visuais e flutuações cognitivas. Ao analisar esses personagens através de uma perspectiva neuropsiquiátrica, é possível apreciar a notável capacidade de Machado de Assis em descrever condições mentais complexas, muitas das quais não eram completamente compreendidas pela medicina na época. A obra de Machado, portanto, oferece um rico material para a reflexão sobre a saúde mental e a maneira como ela se manifesta no comportamento humano. A genialidade do autor reside em sua habilidade de antecipar, através da ficção, conceitos que seriam posteriormente elucidados pela ciência.

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