A deficiência do hormônio do crescimento (DGH) que se inicia na infância pode trazer consequências para a densidade mineral óssea (DMO) na adolescência, aumentando o risco de osteoporose no futuro. Um estudo recente investigou o impacto da interrupção do tratamento com somatropina (hormônio do crescimento recombinante humano – rhGH) em doses baixas e não ajustadas ao peso, sobre a formação óssea durante a fase de transição da adolescência para a vida adulta.
A pesquisa acompanhou 54 adolescentes com DGH desde a infância, com idade média de 16,8 anos. Os participantes foram avaliados quanto à DMO e ao conteúdo mineral ósseo (CMO) na coluna lombar e em todo o corpo, no início do estudo e após 18 meses. Após a primeira avaliação, os adolescentes foram reclassificados em dois grupos: aqueles com níveis adequados de hormônio do crescimento (GHS) e aqueles que ainda apresentavam deficiência. O grupo com deficiência foi então randomizado para receber rhGH (grupo GH on) ou não receber tratamento (grupo GH off) durante o período de estudo. A dose média de rhGH utilizada foi de 0,5 ± 0,18 mg/dia.
Os resultados mostraram que a interrupção do tratamento com somatropina por 18 meses limitou o ganho ósseo na coluna lombar no grupo GH off, quando comparado ao grupo GHS. Especificamente, a variação percentual na DMO da coluna lombar foi significativamente menor no grupo GH off. Por outro lado, a variação percentual no CMO da coluna lombar foi maior no grupo GH on em relação ao grupo GH off. Esses achados sugerem que a manutenção do tratamento com doses baixas de somatropina, mesmo não ajustadas ao peso, pode ser benéfica para a saúde óssea de adolescentes com DGH durante a transição para a vida adulta, minimizando o risco de osteoporose. É crucial o acompanhamento médico e a individualização do tratamento para garantir o melhor resultado para cada paciente. A saúde óssea na adolescência tem um impacto significativo na qualidade de vida na fase adulta.
Origem: Link