O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental complexa, caracterizada por desafios na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. A crescente prevalência do TEA tem impulsionado a busca por intervenções terapêuticas eficazes. Nesse contexto, a Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (EMTr) surge como uma técnica de neuromodulação não invasiva promissora, embora seus mecanismos neurais e eficácia clínica em crianças com TEA ainda demandem investigação aprofundada.
Um estudo recente investigou os efeitos da EMTr em um grupo de 14 crianças diagnosticadas com TEA. Os participantes foram submetidos a uma intervenção estruturada com EMTr, e dados de neuroimagem – incluindo morfometria baseada em voxel (VBM) e conectividade funcional em repouso (FC) – foram coletados antes e após a intervenção, juntamente com avaliações comportamentais. O objetivo era avaliar as mudanças na estrutura e função cerebral, bem como na sintomatologia associada ao TEA.
Os resultados da pesquisa revelaram aumentos significativos no volume de massa cinzenta no Vermis cerebelar, núcleo caudado e giro pós-central após a intervenção com EMTr. Além disso, observou-se uma conectividade funcional aprimorada entre o giro fusiforme, córtex temporal, córtex frontal e precuneus. Notavelmente, as análises de correlação indicaram que essas alterações na neuroimagem estavam significativamente associadas a melhorias nos escores comportamentais das crianças. Esses achados sugerem que a EMTr pode exercer efeitos terapêuticos em crianças com TEA, modulando o desenvolvimento cerebelar e as redes de controle cognitivo. As mudanças estruturais e funcionais cerebrais observadas apoiam o potencial da EMTr como uma intervenção neuromoduladora para o TEA, embora estudos futuros com amostras maiores sejam necessários para confirmar esses resultados preliminares e elucidar os mecanismos subjacentes à melhora dos sintomas induzida pela EMTr.
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