A busca por tratamentos eficazes para a doença de Parkinson (DP) é uma área de pesquisa constante e crucial. Recentemente, os agonistas do peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1) têm atraído atenção como potenciais agentes terapêuticos. No entanto, os resultados de ensaios clínicos randomizados (ECRs) têm sido variados, gerando dúvidas sobre a real eficácia desses medicamentos para pacientes com Parkinson.
Uma análise sistemática e meta-análise rigorosa foi conduzida para comparar o uso de agonistas do GLP-1 com placebo ou tratamento padrão para DP em pacientes adultos. A pesquisa incluiu uma busca abrangente em bases de dados como PubMed, Embase e Cochrane Central, selecionando quatro ECRs que totalizaram 514 pacientes. Em todos os estudos, os participantes apresentavam um estágio da doença de Hoehn e Yahr inferior a 3, indicando uma progressão moderada da condição. A eficácia foi avaliada através da Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson da Movement Disorder Society (MDS-UPDRS) e do Questionário da Doença de Parkinson de 39 itens (PDQ-39), além da análise de eventos adversos.
Os resultados da análise agrupada demonstraram que o uso de agonistas do GLP-1 não foi associado a uma melhora significativa nos escores das partes I, II, III e IV da MDS-UPDRS após 6 e 12 meses de acompanhamento. A qualidade de vida, avaliada pelo PDQ-39, também não apresentou diferenças significativas entre os grupos. Adicionalmente, foi observado um risco maior de eventos adversos gastrointestinais e perda de peso com o uso dos agonistas do GLP-1. Uma análise de subgrupo confirmou a ausência de benefícios clínicos da intervenção e revelou uma redução significativa na heterogeneidade dos resultados. Em conclusão, dentro do período de um ano, os agonistas do GLP-1 não demonstraram melhorar as características motoras e não motoras da doença de Parkinson. A pesquisa destaca a necessidade de estudos adicionais de alta qualidade para obter conclusões mais robustas sobre o potencial deste tratamento.
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