Olhar Revelador: Fixação Visual e o Diagnóstico Precoce de Transtornos do Neurodesenvolvimento

Um estudo recente aponta para a importância da análise do padrão de fixação visual em crianças como um indicador precoce de possíveis transtornos do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A pesquisa, de caráter longitudinal e em larga escala, sugere que o tempo de fixação do olhar em informações sociais aos 4 anos de idade pode estar associado a sintomas específicos desses transtornos em idades posteriores, entre 6 e 7 anos.

O TEA é caracterizado, entre outros aspectos, por dificuldades na interação social, incluindo o contato visual. Sistemas de rastreamento ocular (eye-tracking) têm sido utilizados para identificar padrões atípicos de fixação do olhar que podem ser indicativos do transtorno. O estudo em questão expande essa aplicação, demonstrando que a menor duração da fixação visual em informações sociais não está apenas associada a problemas de interação social típicos do TEA, mas também a sintomas de hiperatividade e desatenção característicos do TDAH. Essa correlação levanta a possibilidade de uma comorbidade entre os dois transtornos.

A pesquisa utilizou um modelo linear generalizado para analisar os dados de mais de dois mil participantes, revelando que crianças com menor tempo de fixação visual aos 4 anos apresentavam maior probabilidade de desenvolver problemas emocionais, dificuldades de relacionamento com os pares e sintomas de hiperatividade/desatenção entre os 6 e 7 anos. Embora os resultados sejam promissores e apontem para o potencial do rastreamento ocular como ferramenta de triagem neurodesenvolvimental, os autores enfatizam a necessidade de mais estudos para validar a precisão desses métodos e confirmar a relação entre o padrão de fixação visual e o desenvolvimento de transtornos do neurodesenvolvimento. O diagnóstico precoce é crucial para intervenções eficazes e para melhorar a qualidade de vida de crianças com TEA e TDAH.

Origem: Link

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima