Nosso cérebro possui uma capacidade notável de aprender padrões recorrentes em ambientes sensoriais, permitindo-nos criar expectativas sobre eventos futuros. Um estudo recente investigou como essas expectativas afetam a atividade neuronal no córtex visual, especificamente em relação à percepção de estímulos visuais como grades com diferentes orientações.
A pesquisa utilizou eletroencefalografia (EEG) para monitorar a atividade cerebral de participantes enquanto eles aprendiam associações entre pistas visuais e a subsequente apresentação de grades. A validade da pista, ou seja, a probabilidade de prever corretamente a orientação da grade, variava de 10% a 90%. Contrariamente ao que modelos preditivos de codificação sugerem, os resultados forneceram evidências limitadas de que a expectativa do estímulo modula os potenciais relacionados a eventos evocados por grades. No entanto, classificadores multivariados, treinados para distinguir entre as orientações das grades, tiveram um desempenho melhor ao classificar grades com 10% de probabilidade em comparação com aquelas com 90% de probabilidade.
Esses achados sugerem que, embora o cérebro aprenda e utilize associações probabilísticas, o impacto dessas expectativas na atividade neural evocada por estímulos visuais pode ser mais sutil e complexo do que se pensava anteriormente. A aparente ausência de fortes efeitos da expectativa na supressão da atividade neuronal, como previsto por alguns modelos, levanta questões importantes sobre os mecanismos subjacentes à percepção visual e ao processamento de informações sensoriais. Estudos futuros são necessários para explorar mais a fundo a relação entre expectativas, percepção e atividade cerebral.
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