O trabalho noturno é um desafio para o corpo e a mente, frequentemente associado a um declínio no desempenho cognitivo. No entanto, essa influência pode variar significativamente de pessoa para pessoa. Um estudo recente investigou como o tipo circadiano – a predisposição natural de cada indivíduo para horários de sono e atividade – e a prática de atividades físicas leves durante o expediente noturno podem afetar a capacidade de concentração e raciocínio.
A pesquisa avaliou 33 adultos saudáveis, simulando cinco turnos noturnos consecutivos em laboratório. Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo sedentário, que permaneceu sentado durante todo o período, e outro que realizou caminhadas leves de três minutos a cada 30 minutos. Além disso, os participantes foram classificados de acordo com seu tipo circadiano, considerando fatores como flexibilidade e vigor. Os resultados revelaram que a atividade física leve, ao quebrar o comportamento sedentário, contribuiu para manter a atenção sustentada em indivíduos com maior flexibilidade circadiana. Ou seja, pessoas mais adaptáveis a diferentes horários se beneficiaram significativamente das pausas ativas durante o trabalho noturno.
Curiosamente, o estudo também observou que a rigidez e a lentidão circadiana influenciaram as tendências no desempenho cognitivo. Indivíduos mais rígidos e menos adaptáveis apresentaram um desempenho ligeiramente pior, enquanto aqueles com maior vigor demonstraram uma melhora no tempo de reação em determinadas tarefas. Embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar a relevância dessas diferenças no mundo real, os resultados sugerem que considerar o tipo circadiano individual pode ser crucial para otimizar intervenções que visam melhorar o desempenho cognitivo e a saúde de trabalhadores noturnos. Estratégias como pausas ativas e horários de trabalho personalizados podem ser mais eficazes quando alinhadas com as características biológicas de cada indivíduo.
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