A síndrome serotoninérgica é uma condição potencialmente grave, caracterizada por uma tríade de sintomas: excitabilidade neuromuscular, distúrbios autonômicos e alterações no estado mental. Ela surge devido ao excesso de serotonina no sistema nervoso. Embora geralmente associada ao uso de antidepressivos, outras medicações podem contribuir para o seu desenvolvimento. Um estudo recente levanta um alerta sobre a isoniazida (INH), um medicamento essencial no tratamento da tuberculose (TB), e seu potencial, embora raro, de induzir toxicidade serotoninérgica.
A isoniazida, utilizada amplamente no combate à TB, possui uma ação inibidora fraca e não seletiva da monoamina oxidase (IMAO). A pesquisa detalha um caso complexo em que um paciente com transtorno do espectro autista e TB grave, em tratamento intensivo, desenvolveu a síndrome serotoninérgica. O paciente estava sob um regime de tratamento para TB que incluía rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol (RIPE). A equipe médica enfrentou dificuldades para controlar a agitação severa do paciente, o que impedia a redução da sedação e a extubação.
A equipe de psiquiatria foi consultada e implementou um tratamento para a agitação com haloperidol, lítio, ácido valpróico (VPA) e pregabalina. Surpreendentemente, o paciente desenvolveu toxicidade serotoninérgica, que persistiu mesmo após a suspensão dos psicotrópicos com potencial serotoninérgico. Este caso destaca a importância de considerar o potencial inibitório da MAO da isoniazida como um fator contribuinte para a síndrome serotoninérgica. A pesquisa recomenda cautela por parte dos psiquiatras ao prescreverem psicotrópicos para pacientes que estejam utilizando isoniazida, levando em conta as interações farmacodinâmicas e farmacocinéticas associadas ao seu uso. Além disso, sugere o rastreamento regular para sinais de toxicidade serotoninérgica em pacientes em uso de isoniazida e outros agentes que possam elevar os níveis séricos de serotonina.
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