A forma como pais e mães exercem a parentalidade tem um impacto profundo no desenvolvimento de seus filhos. No Brasil, pesquisadores têm se dedicado a entender melhor esse fenômeno, buscando identificar estilos parentais predominantes e sua relação com o bem-estar socioemocional e o sucesso educacional das crianças e adolescentes. Uma análise recente investigou as características das pesquisas e os instrumentos utilizados para avaliar a parentalidade em nosso país, revelando tendências importantes e lacunas a serem preenchidas.
O estudo, que revisou artigos publicados entre 2003 e 2022, apontou que a maioria das pesquisas sobre parentalidade no Brasil se concentra no modelo de estilos parentais. Esse modelo busca classificar os pais em diferentes categorias, como autoritários, permissivos e democráticos, com base em suas práticas educativas e no nível de exigência e afeto que demonstram. As pesquisas também exploram a associação entre esses estilos parentais e diversos aspectos do desenvolvimento infantil, como a autoestima, o comportamento social e o desempenho escolar. O Inventário de Estilos Parentais (IEP), um questionário que avalia as percepções dos filhos sobre o comportamento de seus pais, é um dos instrumentos mais utilizados nesses estudos.
Apesar dos avanços, a pesquisa destaca a necessidade de desenvolver instrumentos de avaliação da parentalidade com propriedades psicométricas mais robustas e adaptadas à realidade brasileira. É fundamental que esses instrumentos sejam capazes de medir de forma precisa e confiável as práticas educativas parentais, especialmente aquelas que promovem o desenvolvimento positivo das crianças. Investir em pesquisas que aprofundem o conhecimento sobre a parentalidade no Brasil e em ferramentas de avaliação adequadas pode contribuir para a criação de intervenções mais eficazes, que auxiliem pais e mães a exercerem seu papel de forma consciente e responsável, promovendo o bem-estar e o futuro de seus filhos.
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