Um estudo recente investigou a relação entre o metabolismo cerebral de glicose e o desenvolvimento neurológico em bebês com muito baixo peso ao nascer (VLBW, sigla em inglês). Esses bebês, pesando menos de 1500 gramas, frequentemente apresentam riscos aumentados de problemas de desenvolvimento, mesmo quando exames de ressonância magnética não indicam anormalidades estruturais no cérebro. O objetivo da pesquisa foi determinar se a forma como o cérebro utiliza a glicose está ligada aos resultados do desenvolvimento neurológico nesses bebês.
A pesquisa envolveu 27 bebês VLBW que não apresentavam alterações estruturais cerebrais visíveis. Eles foram submetidos a exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET) com F-18 fluorodesoxiglicose (FDG) para avaliar o metabolismo da glicose em diferentes regiões do cérebro. O desenvolvimento neurológico dos bebês foi acompanhado entre 18 e 24 meses de idade, utilizando o Índice de Desenvolvimento Mental (MDI) e o Índice de Desenvolvimento Psicomotor (PDI) das Escalas Bayley de Desenvolvimento Infantil-II. Um escore abaixo de 85 em qualquer um dos índices foi considerado um indicativo de desenvolvimento neurológico abaixo do esperado.
Os resultados mostraram uma correlação significativa entre o metabolismo da glicose na região central direita do cérebro e o escore MDI. Além disso, os bebês com desenvolvimento neurológico considerado abaixo do ideal apresentaram taxas de metabolismo de glicose significativamente menores nas regiões central direita e na ínsula direita do cérebro, em comparação com aqueles com desenvolvimento neurológico adequado. A conectividade metabólica entre a região central direita e a ínsula também se mostrou mais extensa no grupo com bom desenvolvimento. Esses achados sugerem que o metabolismo cerebral de glicose pode ser um indicador importante do desenvolvimento neurológico em bebês VLBW, mesmo na ausência de lesões estruturais cerebrais aparentes, fornecendo informações valiosas para o acompanhamento e intervenção precoce nesses casos.
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