O Distúrbio Funcional do Movimento (DFM) é uma condição neuropsiquiátrica complexa que se manifesta através de sintomas motores involuntários. Estes sintomas não correspondem a doenças neurológicas conhecidas e estão associados a disfunções nas redes cerebrais responsáveis pelo controle motor, regulação emocional, atenção e senso de agência. A compreensão aprofundada do DFM é crucial para oferecer um cuidado integrado e personalizado aos pacientes.
A apresentação clínica do DFM é bastante heterogênea, variando de tremores e distonias a mioclonias, parkinsonismo, distúrbios da marcha e tiques. Essa variedade de sintomas, combinada com a frequência de comorbidades como dor, fadiga e transtornos psiquiátricos, torna o diagnóstico um desafio. Estudos recentes com neuroimagem e eletrofisiologia revelam alterações nas redes cerebrais relacionadas à saliência, interocepção e controle motor, especialmente envolvendo a amígdala, o córtex sensório-motor e a junção têmporo-parietal.
O diagnóstico do DFM se baseia na identificação de sinais clínicos positivos, em vez da exclusão de outras condições. Um modelo diagnóstico em cinco fases é recomendado, incluindo um exame neurológico detalhado, comunicação centrada no paciente e engajamento multidisciplinar. O tratamento requer uma abordagem individualizada, combinando fisioterapia, terapia cognitivo-comportamental, neuromodulação, farmacoterapia e ferramentas digitais. Embora o prognóstico varie, um diagnóstico precoce, uma forte aliança terapêutica e a confiança do paciente na recuperação são fatores que podem melhorar os resultados.
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