Um estudo recente analisou registros policiais de tentativas e consumações de suicídio envolvendo adolescentes e jovens na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, abrangendo o período de 2012 a 2021. A pesquisa, liderada por Lenon Goulart de Vargas e equipe, buscou traçar um perfil das vítimas e das circunstâncias que cercam esses eventos, utilizando dados extraídos diretamente dos boletins de ocorrência.
Os resultados da análise revelaram algumas tendências importantes. A faixa etária mais prevalente entre as vítimas era de 20 a 24 anos, com predominância do sexo masculino e da raça branca. Em relação à escolaridade, a maioria havia concluído o ensino fundamental. Os métodos mais frequentemente utilizados nos casos de suicídio consumado foram o enforcamento e o uso de arma de fogo, enquanto a precipitação (ato de se jogar de um lugar alto) se destacou nas tentativas. A maioria dos eventos ocorreu na residência das vítimas, onde foram encontradas por familiares.
O estudo também identificou a presença de fatores como depressão e uso de drogas em alguns casos, além de indícios de planejamento prévio e comunicação das intenções. A pesquisa ressalta a importância dos registros policiais como uma ferramenta valiosa para o acolhimento das vítimas, a compreensão dos casos e, principalmente, a prevenção de novas ocorrências. Ao analisar esses dados, as autoridades e profissionais de saúde podem identificar grupos de risco e implementar estratégias de intervenção mais eficazes, contribuindo para a redução dos índices de suicídio e para a promoção da saúde mental entre os jovens.
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