Um estudo recente investigou como indivíduos com autismo constroem e relatam suas histórias de vida, um elemento crucial para a formação da identidade pessoal. A pesquisa, publicada no Scientific Reports, comparou a coerência narrativa de histórias de vida de pessoas com autismo com as de um grupo de controle sem autismo.
Os resultados apontaram para diferenças significativas na forma como os participantes com autismo narravam suas vidas. Especificamente, a coerência global, especialmente a coerência causal-motivacional (a capacidade de conectar eventos por meio de causas e motivações claras), foi menor nas narrativas do grupo com autismo. Além disso, inícios de história típicos (como o nascimento) e finais mais elaborados eram menos comuns nesse grupo. Isso sugere que a forma como os indivíduos com autismo organizam e dão sentido aos eventos de suas vidas pode ser diferente.
Outro achado interessante foi que os eventos relatados pelo grupo com autismo eram frequentemente classificados como mais negativos e associados a sentimentos negativos ao serem relembrados. Além disso, esses eventos pareciam ter um impacto menor na vida dos participantes com autismo, em comparação com o grupo de controle. Os pesquisadores sugerem que essas diferenças na identidade narrativa podem estar relacionadas a variações na coerência narrativa, na percepção do tempo e na capacidade de considerar a perspectiva dos outros. Estudos futuros podem se concentrar em investigar mais a fundo essas conexões, buscando compreender melhor como o autismo influencia a construção da identidade e a experiência da própria história de vida.
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