A compreensão do autismo na comunidade latina tem sido historicamente limitada pela falta de representação em estudos de pesquisa. Essa lacuna dificulta a identificação de como o autismo se manifesta e é vivenciado em diferentes contextos culturais. Um estudo recente buscou mudar esse cenário, explorando métodos de pesquisa participativa para desenvolver ferramentas de medição e protocolos culturalmente válidos.
A pesquisa adotou uma abordagem fenomenológica, guiada por princípios de pesquisa participativa baseada na comunidade e pelo modelo social de deficiência. Foram realizados grupos focais com pais latinos de crianças autistas e com adultos autistas latinos. A análise temática dos dados revelou fatores chave para o engajamento efetivo em comunidades latinas fronteiriças. Estes incluem o alinhamento cultural e linguístico, a construção e manutenção da confiança institucional e a incorporação cuidadosa de símbolos comunitários.
Os resultados enfatizam a importância de procedimentos de pesquisa culturalmente informados, liderados por equipes sensíveis e com membros da comunidade autista latina atuando como parceiros. Essa abordagem pode melhorar o engajamento e garantir que as pesquisas sejam relevantes e válidas, atendendo às necessidades de diversas comunidades autistas. A utilização de uma estrutura CBPR (Community-Based Participatory Research) e uma lente de interseccionalidade promove uma representação equitativa na pesquisa sobre autismo e promove respostas culturalmente informadas às necessidades das diversas comunidades autistas. Este estudo destaca a necessidade urgente de dar voz e valorizar as experiências da comunidade latina no campo do autismo, garantindo que a pesquisa seja inclusiva e relevante para todos.
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