Um estudo recente investigou o desenvolvimento do vocabulário expressivo em crianças falantes de mandarim, comparando grupos com desenvolvimento típico (TD), atraso no desenvolvimento (DD) e transtorno do espectro autista (TEA). A pesquisa buscou identificar características específicas do vocabulário expressivo em crianças com TEA, uma área ainda pouco explorada, especialmente em contextos linguísticos diversos.
O método empregado envolveu a análise de amostras de linguagem espontânea coletadas durante sessões de brincadeira livre entre pais e filhos, com duração de 10 minutos. Foram analisadas as falas de 21 crianças com TEA, 18 com DD (pareadas por nível de desenvolvimento) e 15 com TD (pareadas por idade cronológica). A análise focou nas características gramaticais do mandarim, buscando identificar padrões e diferenças entre os grupos no uso de diferentes categorias de palavras.
Os resultados revelaram que todos os três grupos demonstraram uma preferência pelo uso de verbos. No entanto, crianças com TEA apresentaram um número significativamente menor de ocorrências e tipos de palavras (tokens e types) em comparação com o grupo TD, tanto em categorias de palavras de conteúdo quanto em categorias de palavras de função. Apesar de o grupo TEA apresentar semelhanças com o grupo DD em diversas categorias de vocabulário, diferenças sutis foram observadas. Um achado interessante foi que o grupo TEA exibiu uma razão tipo-token (TTR) total significativamente maior do que os grupos TD e DD, indicando uma possível diferença na forma como o vocabulário é utilizado e organizado. O estudo também apontou que o número de tipos de substantivos comuns e o número de ocorrências de pronomes foram significativamente menores no grupo TEA em comparação com o grupo DD. Esses achados preliminares sugerem que o desenvolvimento da linguagem em crianças com TD se reflete em testes padronizados e na expressão do vocabulário em amostras de linguagem espontânea em comparação com crianças com TEA. As diferenças qualitativas no vocabulário expressivo entre os grupos DD e TEA podem indicar que crianças com TEA exibem mecanismos atípicos de aprendizado de vocabulário.
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