O transtorno alimentar restritivo evitativo (TARE), também conhecido pela sigla em inglês ARFID, é uma condição que afeta a alimentação e está frequentemente associada ao transtorno do espectro autista (TEA). Embora a ligação entre TARE e experiências traumáticas já tenha sido observada, a relação específica com o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) ainda carece de exploração aprofundada. Um estudo recente investigou essa conexão em adolescentes e adultos admitidos em tratamento residencial para TARE.
A pesquisa avaliou 89 pacientes, incluindo adolescentes e adultos, diagnosticados com TARE, utilizando a ferramenta PTSD Checklist for DSM-5 para identificar a prevalência de TEPT. As histórias de trauma foram levantadas por meio de questionários específicos e revisões detalhadas dos prontuários. Os resultados revelaram que uma porcentagem significativa dos participantes atendia aos critérios para TEPT, sendo essa prevalência ainda maior em pacientes com sensibilidade sensorial e comorbidade com TEA.
Os tipos mais comuns de experiências traumáticas associadas ao TEPT foram agressão sexual, experiências sexuais indesejadas ou desconfortáveis e agressão física. Em muitos casos, os traumas ocorreram antes ou simultaneamente aos distúrbios alimentares, que tiveram início em média aos 12 anos de idade. Além disso, pacientes com TEPT apresentaram um número significativamente maior de tentativas de suicídio. Esses achados sugerem a importância de considerar o histórico de trauma ao tratar pacientes com TARE, especialmente aqueles com sensibilidade sensorial ou TEA, e indicam a necessidade de desenvolver abordagens terapêuticas que integrem o tratamento do trauma.
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