A paralisia cerebral (PC) frequentemente impacta a função de um ou ambos os braços, e estudos de ressonância magnética têm demonstrado conectividade neuronal anormal relacionada a déficits funcionais. Uma pesquisa recente investigou as mudanças dinâmicas na conectividade cerebral de crianças com PC durante a realização de uma tarefa motora, buscando relacionar essas alterações com o desempenho motor.
O estudo comparou a conectividade cerebral de crianças com PC (n=15) e um grupo de desenvolvimento típico (TD) (n=15) enquanto realizavam uma tarefa de pressionar botões com ambos os braços. Durante a atividade, a atividade cerebral foi registrada por eletroencefalografia (EEG) de 64 canais. Os pesquisadores analisaram a conectividade inter e intra-hemisférica entre as regiões pré-motoras, motoras e sensoriais dominantes e não dominantes do cérebro durante o repouso, a preparação para o movimento e a execução da tarefa. A análise utilizou uma técnica de coerência tempo-frequência para avaliar as bandas de frequência alfa (8-12 Hz), beta (13-35 Hz) e gama (36-85 Hz).
Os resultados revelaram que as únicas diferenças significativas entre os grupos ocorreram na conectividade intra-hemisférica durante as tentativas com o braço não dominante. Crianças com PC apresentaram maior conectividade frontal para central em todas as bandas de frequência no hemisfério dominante e maior conectividade beta central para parietal no hemisfério não dominante. Adicionalmente, o estudo encontrou relações moderadas entre as pontuações clínicas e de movimento e a conectividade cerebral em crianças com PC. Uma pior função do braço não dominante correlacionou-se significativamente com maior coerência inter e intra-hemisférica. A descoberta de maior conectividade cerebral intra-hemisférica associada a maiores limitações funcionais em crianças com paralisia cerebral bilateral sugere um novo alvo para reabilitação e uma medida de resultado sensível para ensaios clínicos com o objetivo de melhorar a função cerebral e motora na PC.
Origem: Link