A capacidade de se orientar e encontrar o caminho de um lugar para outro, a chamada navegação, é fundamental para a autonomia e independência no dia a dia. Um estudo recente revelou que dificuldades de navegação são um problema comum após um acidente vascular cerebral (AVC), afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Surpreendentemente, essa dificuldade é frequentemente negligenciada na prática clínica, com poucos métodos de avaliação padronizados e uma compreensão limitada de sua prevalência.
Uma revisão sistemática e meta-análise de 19 estudos investigou a prevalência e os métodos de avaliação das dificuldades de navegação em pacientes pós-AVC. Os resultados indicaram que cerca de 35% dos pacientes apresentam comprometimento na capacidade de se orientar após o AVC. Essa prevalência destaca a importância de reconhecer e abordar esse problema. O estudo também revelou uma variedade de abordagens para avaliar as habilidades de navegação, incluindo avaliações objetivas e subjetivas, cada uma com diferentes propriedades psicométricas. Essa heterogeneidade ressalta a necessidade de uma abordagem mais padronizada e abrangente na avaliação da navegação.
As dificuldades de navegação podem se manifestar de diferentes formas, como dificuldade em reconhecer pontos de referência, problemas em determinar a localização e incapacidade de seguir um caminho específico. Para reduzir a heterogeneidade e melhorar a precisão no diagnóstico, os pesquisadores recomendam categorizar os prejuízos de navegação com base no tipo de habilidade afetada: reconhecimento de pontos de referência, orientação espacial e planejamento de rotas. Além disso, defendem a inclusão de avaliações objetivas (testes práticos) e subjetivas (questionários e relatos do paciente) na prática clínica para identificar e abordar adequadamente as dificuldades de navegação pós-AVC, auxiliando na reabilitação e promovendo maior independência e segurança para os pacientes.
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