Pacientes submetidos a cirurgias abdominais complexas frequentemente enfrentam um período de recuperação desafiador, marcado pela perda de capacidade funcional e mobilidade reduzida. Um estudo recente investigou os benefícios da mobilização precoce, iniciada nas primeiras 24 horas após a cirurgia, em pacientes com neoplasias abdominais. O objetivo principal foi avaliar como essa intervenção pode impactar a manutenção da mobilidade e de outros marcadores funcionais importantes.
A pesquisa, realizada como um ensaio clínico randomizado, comparou um grupo de pacientes submetidos a atividades de mobilização guiadas pela Escala de Mobilidade da UTI (IMS) com um grupo controle que recebeu fisioterapia convencional. Os resultados revelaram que os pacientes do grupo intervenção apresentaram um nível de mobilidade inicial significativamente maior, medido pela escala IMS. Além disso, mantiveram um nível de mobilidade superior até a alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em comparação com o grupo controle. A força muscular, avaliada por dinamometria, e o teste Timed Up and Go (TUG), que mede agilidade e equilíbrio, também foram considerados para avaliar a recuperação funcional.
Embora ambos os grupos tenham demonstrado uma piora no teste TUG, essa mudança foi estatisticamente significativa apenas no grupo controle, sugerindo que a mobilização precoce pode atenuar o declínio na agilidade e equilíbrio após a cirurgia. Em conclusão, o estudo indica que a mobilização precoce em pacientes com neoplasias abdominais submetidos a cirurgias de grande porte é uma estratégia eficaz para preservar a mobilidade e os marcadores funcionais, contribuindo para uma recuperação mais rápida e eficiente. Essa abordagem, baseada na Escala de Mobilidade da UTI, pode ser implementada como parte de um plano de cuidados abrangente para pacientes cirúrgicos, promovendo uma melhor qualidade de vida e independência funcional.
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