A saúde mental no ambiente de trabalho, especialmente em equipes que lidam diretamente com o público, é um tema de crescente importância. Um estudo recente explorou uma abordagem inovadora para fortalecer essas equipes: a escrita endereçada, ou seja, o uso de cartas como ferramenta de intervenção.
A pesquisa, originada de um projeto de extensão universitária ligado ao serviço de psicologia escolar da USP, focou na formação de equipes que atuam em áreas cruciais como educação, justiça, assistência social e saúde. O objetivo central foi analisar como a escrita de cartas poderia auxiliar na identificação e superação de silenciamentos e naturalizações presentes nas dinâmicas institucionais, que muitas vezes impedem o enfrentamento eficaz de problemas comuns.
A metodologia envolveu a análise de 39 cartas escritas por membros de seis equipes diferentes, categorizadas em três eixos principais: mudanças nas condições de trabalho, mudanças no indivíduo ou no outro, e afirmação. A análise revelou que o processo de escrita incentivou a reflexão individual e coletiva, promovendo deslocamentos e transformações nas práticas e concepções dos profissionais. O estudo concluiu que a discussão em grupo, impulsionada pela escrita, se mostrou fundamental para o fortalecimento do trabalho formativo e para a promoção de um ambiente de trabalho mais saudável e colaborativo, impactando positivamente o bem-estar e a eficiência das equipes de saúde.
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