A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica complexa que pode afetar diversas funções do corpo, incluindo a capacidade de deglutição, conhecida como disfagia. Um estudo recente investigou a relação entre a gravidade da disfagia e a propriocepção cervical, que é a percepção da posição e movimento do pescoço, em indivíduos com EM. Além disso, a pesquisa também avaliou a influência da dor e do humor nesse quadro.
O estudo dividiu os participantes em dois grupos: um com disfagia severa e outro com disfagia leve, com base em uma escala específica para avaliar a disfagia em pacientes com EM. Os pesquisadores então avaliaram a função de deglutição, a propriocepção cervical, a intensidade da dor no pescoço e o humor dos participantes. A propriocepção foi medida através da precisão em retornar a um ponto central após movimentos do pescoço, utilizando um laser como ferramenta de auxílio.
Os resultados revelaram que indivíduos com disfagia severa apresentavam um comprometimento significativamente maior da propriocepção cervical, especialmente na extensão e rotação para a direita do pescoço. Adicionalmente, foram observadas diferenças significativas entre os grupos em relação à função de deglutição, dor no pescoço e humor. Esses achados sugerem que déficits na propriocepção, aumento da dor e alterações no humor estão intimamente ligados à gravidade da disfagia em pacientes com EM. Uma abordagem multidimensional, que envolva o tratamento da disfagia, a melhora da propriocepção e o controle da dor, pode ser fundamental para otimizar a reabilitação da deglutição nesses pacientes.
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