A Síndrome da Sopa Tóxica da Superfície Ocular (OSTSS, na sigla em inglês) é uma condição caracterizada pelo acúmulo de mediadores inflamatórios no filme lacrimal, devido a uma drenagem inadequada das lágrimas pelo sistema nasolacrimal. Essa condição pode levar a uma ceratoconjuntivite tóxica, manifestando-se com sintomas como hiperemia conjuntival (olhos vermelhos), coceira, desconforto e epífora (lacrimejamento excessivo).
A lavagem nasolacrimal, um procedimento que envolve a injeção de solução salina no sistema nasolacrimal através dos pontos lacrimais, seguida da avaliação do refluxo para identificar obstruções, é comumente utilizada como ferramenta diagnóstica em optometria e oftalmologia. Surpreendentemente, muitos pacientes relatam uma melhora significativa nos sintomas de epífora e desconforto ocular após a realização desse procedimento. Um estudo de caso recente demonstra a resolução completa da epífora e coceira em um paciente submetido a lavagens nasolacrimais terapêuticas a cada dois meses. Melhorias subjetivas nos sintomas também foram relatadas em outros três pacientes. A dilatação e irrigação das vias lacrimais podem ser, portanto, mais que um simples diagnóstico.
Esses resultados sugerem que a lavagem nasolacrimal pode ser considerada não apenas como uma ferramenta diagnóstica, mas também como uma intervenção terapêutica eficaz para o manejo da OSTSS. A remoção dos mediadores inflamatórios acumulados no filme lacrimal através da lavagem pode contribuir para a redução dos sintomas e a melhora do conforto ocular. Mais estudos são necessários para confirmar esses achados e determinar a frequência ideal e a técnica de lavagem mais eficaz para o tratamento da OSTSS, mas os resultados iniciais são promissores e oferecem uma nova perspectiva no tratamento dessa condição ocular comum.
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