A doação de sangue, nos Estados Unidos e em outros países de alta renda, depende principalmente de doadores anônimos e voluntários. No entanto, a doação de sangue direcionada – onde as pessoas doam para um receptor específico – ressurgiu, particularmente devido à desinformação em torno da vacinação contra a COVID-19. Pedidos por sangue “não vacinado”, impulsionados por equívocos sobre a segurança da vacina, levaram a tentativas legislativas de impor a conformidade.
Historicamente, a doação direcionada era usada para mitigar o risco de infecções relacionadas à transfusão, antes que as técnicas modernas de triagem a tornassem amplamente desnecessária. Hoje, ela apresenta importantes riscos à segurança do paciente, incluindo aumento da transmissão de doenças infecciosas, complicações imunológicas e encargos logísticos. As doações direcionadas também introduzem ineficiências, desviando recursos do suprimento de sangue da comunidade e exacerbando a escassez. Além disso, a doação direcionada para indicações não médicas carece de justificativa científica.
A segurança do sangue é garantida por meio de rigorosa triagem de doadores, testes de patógenos e medidas de processamento. Não há evidências de que o sangue de doadores vacinados represente risco. Solicitações por sangue não vacinado, bem como outras preferências de doação direcionada com base em crenças pessoais, introduzem vieses que não estão fundamentados na necessidade médica. Acomodar tais solicitações mina a confiança pública nos protocolos de segurança do sangue e legitima temores infundados. Preocupações éticas surgem à medida que solicitações não justificadas medicamente reforçam práticas discriminatórias. Diante do potencial dano e impacto social, as doações de sangue direcionadas devem ser limitadas a casos raros e medicamente necessários. Esforços legislativos contínuos para impor esses pedidos exigem oposição unificada da comunidade médica e científica para defender práticas éticas e baseadas em evidências na alocação de sangue.
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