Bilinguismo Inesperado e Autismo: Uma Janela para a Aquisição da Linguagem

Um estudo recente investigou a capacidade de crianças autistas em aprender estruturas complexas da linguagem, especificamente as dependências não adjacentes. Essas dependências são elementos gramaticais que não aparecem lado a lado em uma frase, mas que estão sintaticamente relacionados. A pesquisa se concentrou em crianças autistas que adquirem o inglês através da exposição a telas, um fenômeno conhecido como Bilinguismo Inesperado (UB).

O Bilinguismo Inesperado em crianças autistas se caracteriza pela aquisição de uma segunda língua com pouco ou nenhum suporte interacional direto, diferentemente de crianças não autistas. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que essa imersão intensiva na linguagem poderia levar a uma sensibilidade aprimorada às dependências não adjacentes. Para testar essa hipótese, foi realizado um experimento de aprendizado de linguagem artificial, no qual as crianças foram expostas a padrões linguísticos desconhecidos.

Os resultados mostraram que tanto crianças autistas quanto não autistas com desenvolvimento de linguagem típico conseguiram aprender as dependências não adjacentes a partir da exposição passiva à nova linguagem. No entanto, o grupo de crianças autistas com Bilinguismo Inesperado demonstrou uma velocidade de aprendizado significativamente maior em comparação com os outros grupos. Essa descoberta sugere que o UB no autismo está associado a habilidades cognitivas distintas, abrindo novas perspectivas para a compreensão da aquisição da linguagem e do processamento da informação em indivíduos com autismo. O estudo destaca a importância de investigar as diversas formas de aprendizado e desenvolvimento em populações neurodiversas.

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