A dor crônica em crianças pode ter um impacto significativo em seu desenvolvimento físico, social e psicológico, com consequências que podem persistir até a idade adulta. Um estudo recente investigou a prevalência de atrasos na proficiência motora em crianças que sofrem de dor crônica, buscando identificar possíveis fatores preditivos para essa condição.
A pesquisa, conduzida em uma clínica especializada em dor na Austrália, avaliou 94 crianças e adolescentes com dor crônica, com idades entre 6 e 18 anos. A proficiência motora foi avaliada utilizando o teste padronizado BOT-2. Os participantes também responderam a questionários clínicos de rotina e um questionário de autopercepção. Os resultados revelaram que uma parcela considerável dessas crianças apresentava desafios na coordenação motora. Especificamente, 83% dos participantes demonstraram dificuldades em pelo menos um subteste de proficiência motora, como coordenação, e 41% apresentaram atraso nas pontuações totais de proficiência motora.
Esses achados sugerem que problemas de coordenação motora podem ser mais comuns em crianças com dor crônica do que se imaginava. É importante ressaltar que os métodos de avaliação rotineiramente utilizados podem não identificar esses problemas. A utilização de ferramentas como o BOT-2 pode auxiliar na identificação de alvos de desenvolvimento específicos e guiar programas de reabilitação sensíveis às necessidades de cada criança, melhorando assim sua qualidade de vida e bem-estar geral. A identificação precoce e intervenção adequada podem minimizar o impacto da dor crônica e dos atrasos motores no desenvolvimento infantil.
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