A Síndrome do X Frágil (SXF) é uma causa comum de sintomas do espectro autista, decorrente de uma mutação genética que provoca diversas alterações moleculares. Cientistas suspeitam que essas alterações impactam negativamente o desenvolvimento dos circuitos neurais, embora a natureza precisa dessas consequências dinâmicas ainda não seja totalmente compreendida. Um estudo recente investigou as características da disfunção da rede hipocampo-pré-frontal (H-PFC) em um modelo de rato com SXF, buscando lançar luz sobre essa complexa condição.
No estudo, ratos com SXF (FMR-KO) e ratos de controle foram submetidos a testes comportamentais para avaliar sua sociabilidade, memória e ansiedade. Os resultados revelaram que os ratos com SXF apresentaram déficits significativos nesses três aspectos, confirmando e replicando observações de pesquisas anteriores. Adicionalmente, os pesquisadores utilizaram eletrofisiologia de unidade única no circuito H-PFC durante a exploração para medir os padrões de disparo do potencial de ação. Esses padrões foram então comparados entre os grupos, utilizando modelos lineares mistos generalizados.
Os resultados apontaram que os ratos com SXF demonstraram padrões anormais de disparo neuronal, mesmo fora dos momentos em que tarefas comportamentais específicas estavam sendo realizadas. Observou-se que o disparo da rede neural era menos preciso, mais fragmentado e com uma comunicação H-PFC precária na SXF. Esses achados sugerem que as interrupções na dinâmica da rede neural de ‘exploração’ comprometem a capacidade das redes de se engajarem adequadamente durante tarefas comportamentais específicas, levando aos déficits observados no comportamento social, memória e ansiedade. Essa pesquisa fornece *insights* importantes sobre os mecanismos neurais subjacentes à SXF e pode contribuir para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas.
Origem: Link