Desde os primeiros meses de vida, bebês são expostos a uma forma especial de comunicação: o ‘parentês’. Este estilo de fala, adotado por cuidadores de diversas culturas, se distingue da linguagem adulta por suas características únicas, como variações de tom mais acentuadas, maior duração das palavras e um volume mais elevado. Mas será que essa maneira peculiar de se comunicar tem um impacto real no desenvolvimento dos pequenos?
Estudos recentes apontam que sim. O ‘parentês’ parece desempenhar um papel crucial na facilitação da aprendizagem da linguagem. Acredita-se que a prosódia exagerada, ou seja, a melodia da fala, incentiva os bebês a interagirem com seus cuidadores, criando um ambiente propício para a aquisição de novas habilidades linguísticas. Uma pesquisa investigou se o ‘parentês’ estimula as vocalizações infantis, comparando bebês com desenvolvimento típico e aqueles com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Os resultados revelaram que os bebês, independentemente do diagnóstico, eram mais propensos a emitir sons semelhantes à fala após ouvirem um adulto se dirigir a eles em ‘parentês’, em comparação com a fala adulta padrão. Essa descoberta sugere que o ‘parentês’ pode ser uma ferramenta valiosa para promover a interação e o desenvolvimento da linguagem em todos os bebês, independentemente de suas características individuais. Ao responderem e interagirem com seus parceiros de conversação, os bebês fortalecem suas habilidades comunicativas desde cedo, lançando as bases para um futuro desenvolvimento saudável da linguagem.
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