A pesquisa sobre o desenvolvimento da fala e da linguagem em crianças tem sido revolucionada por avanços tecnológicos recentes. Novas ferramentas de gravação, análise e modelos de linguagem baseados em inteligência artificial (IA) estão transformando a forma como os cientistas estudam esse processo crucial nos primeiros anos de vida.
Uma revisão sistemática da literatura identificou diversas ferramentas (semi)automáticas que auxiliam no estudo do desenvolvimento da linguagem em bebês e crianças menores de cinco anos. O sistema LENA (Language ENvironment Analysis) é um dos mais utilizados, mas novas opções gratuitas e de código aberto estão surgindo, oferecendo alternativas acessíveis para pesquisadores e profissionais da saúde. A maioria dos estudos utiliza gravações de áudio em ambientes naturais, capturando dados durante longos períodos, como dias inteiros.
Apesar dos avanços, a pesquisa ainda enfrenta desafios. Estudos com populações vulneráveis e clínicas se concentram principalmente em crianças com perda auditiva ou autismo, e há uma notável falta de diversidade cultural, linguística, geográfica e social nas amostras de participantes. Além disso, limitações no software restringem a utilização completa dos dados de áudio do mundo real. Para alcançar aplicabilidade e acessibilidade global, é necessário um esforço conjunto que combine inovação tecnológica, rigor metodológico e responsabilidade ética, garantindo uma compreensão mais completa e equitativa do desenvolvimento da fala e da linguagem infantil. Ferramentas automáticas, mais eficientes e de menor custo, têm o potencial de democratizar a ciência nessa área, promovendo pesquisas mais diversas e representativas sobre o desenvolvimento da linguagem.
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