Os ligamentos são tecidos conectivos especializados, cruciais para a estabilidade das articulações e para guiar o movimento sob diversas condições de carga. Sua capacidade de resistir a tensões, compressões e forças de cisalhamento é fundamental para a função articular adequada e para a prevenção de lesões.
No nível celular, a saúde dos ligamentos é mantida por células semelhantes a fibroblastos, conhecidas como ligamentócitos. Estas células estão imersas em uma matriz extracelular (MEC) complexa, composta principalmente de colágeno tipo I, com contribuições de colágeno tipo III, elastina, proteoglicanos e glicoproteínas. Os ligamentócitos atuam como sensores, detectando continuamente estímulos mecânicos e respondendo através de vias de mecanotransdução. Este processo envolve integrinas, adesões focais, remodelação do citoesqueleto e canais iônicos mecanossensíveis, que juntos, traduzem as forças físicas em sinais bioquímicos dentro da célula.
A maneira como carregamos nossos ligamentos, seja através de atividade física regular ou por padrões de movimento diários, tem um impacto profundo em sua estrutura e função. A carga mecânica adequada promove o alinhamento do colágeno, mantém a integridade da MEC e estabiliza o fenótipo celular do ligamento. Por outro lado, carga insuficiente ou excessiva pode perturbar o equilíbrio molecular, desencadeando processos catabólicos, inflamação e uma montagem desorganizada da MEC. Compreender a interação entre a carga mecânica e a biologia celular dos ligamentos é vital para desenvolver estratégias eficazes de prevenção de lesões, reabilitação e regeneração tecidual.
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