Um estudo recente investigou a complexa relação entre a recuperação dos movimentos do braço após um acidente vascular cerebral (AVC) e a atividade de uma via neural específica no cérebro, o trato reticuloespinal (RST). Pesquisadores buscaram entender como a força das conexões reticuloespinais se relaciona com a capacidade de pacientes que sofreram AVC em realizar movimentos de alcance com o braço afetado.
Para avaliar essa conexão, um grupo de pacientes do sexo masculino que sofreram AVC e apresentavam hemiparesia (fraqueza em um lado do corpo) participou de testes que envolviam o movimento de alcance do braço. Os pesquisadores utilizaram análise cinemática bidimensional, empregando software de rastreamento de movimento sem marcadores (DeepLabCut) para analisar vídeos dos pacientes realizando tarefas do Action Research Arm Test (ARAT). Um novo índice, o Índice de Extensão do Cotovelo (IoEE), foi criado e validado para medir a extensão do movimento do cotovelo. A força das vias reticuloespinais foi estimada através do paradigma ‘StartReact’, que avalia a aceleração do tempo de reação a um estímulo sonoro repentino.
Os resultados revelaram uma correlação negativa significativa entre o IoEE e o StartReact. Em outras palavras, quanto maior a capacidade de extensão do cotovelo (indicada pelo IoEE), menor a resposta ‘StartReact’. Os pesquisadores teorizam que essa correlação negativa pode ser resultado da ativação compensatória variável do trato reticuloespinal em resposta a diferentes níveis de dano inicial causados pelo AVC. O estudo destaca a utilidade da tecnologia de visão computacional para avaliar a cinemática bidimensional em um ambiente clínico, fornecendo uma ferramenta acessível para monitorar a recuperação motora após o AVC. Mais pesquisas são necessárias para entender completamente os mecanismos subjacentes a essa relação e para desenvolver intervenções terapêuticas mais eficazes.
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