Um estudo recente investigou a possível ligação entre genes relacionados à doença de Alzheimer (DA) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA é uma condição neurodesenvolvimental caracterizada por dificuldades na comunicação social e comportamentos repetitivos. Apesar de sua etiologia complexa, evidências crescentes sugerem que vias neurodesenvolvimentais e neurodegenerativas podem estar interligadas.
A pesquisa, conduzida com crianças iraquianas, comparou 135 indivíduos com TEA e 135 controles da mesma faixa etária (6-12 anos). Os cientistas analisaram variações genéticas (polimorfismos) em cinco genes já associados ao Alzheimer: NECTIN2, CR1, CLU, ABCA7 e BIN1. A análise revelou associações significativas entre o TEA e polimorfismos nos genes CR1, CLU e BIN1. Esses genes estão envolvidos em processos como neuroinflamação e atividade sináptica, que desempenham papéis cruciais no desenvolvimento e funcionamento do cérebro. É importante ressaltar que o efeito desses genes pareceu mais pronunciado em meninos mais jovens (6-9 anos), especialmente em relação ao gene CLU.
Embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar e expandir esses achados, o estudo sugere que alguns genes associados ao Alzheimer podem, de fato, aumentar a suscetibilidade ao TEA. Isso reforça a ideia de que existem fatores de risco genéticos compartilhados entre distúrbios neurodesenvolvimentais e neurodegenerativos. Compreender melhor essas conexões genéticas pode abrir caminho para novas abordagens no diagnóstico e tratamento de ambas as condições, focando em mecanismos comuns que afetam a formação e a manutenção dos circuitos neurais. A identificação precoce e intervenções direcionadas podem, no futuro, melhorar significativamente a qualidade de vida de indivíduos afetados pelo TEA e possivelmente mitigar o risco de desenvolver Alzheimer em populações vulneráveis.
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