Pesquisas recentes têm explorado como a estimulação cerebral não invasiva pode influenciar a função cognitiva, especialmente em populações idosas. Um estudo recente publicado na revista Psychophysiology investigou os efeitos da estimulação por corrente alternada transcraniana (tACS) em duas áreas cerebrais cruciais para o controle motor e a inibição de respostas: o giro frontal inferior direito (rIFG) e a área motora pré-suplementar (preSMA).
O estudo, que envolveu adultos jovens (18-34 anos) e idosos (61-79 anos), utilizou um protocolo duplo-cego cruzado para avaliar o impacto da tACS na conectividade funcional entre o rIFG e o preSMA, bem como no desempenho em uma tarefa de inibição de sinalização. Os participantes receberam estimulação em fase (0° de diferença de fase entre as correntes elétricas aplicadas) e em anti-fase (180° de diferença de fase). Os resultados mostraram que a estimulação em fase aumentou a conectividade entre as áreas cerebrais em ambos os grupos etários, enquanto a estimulação em anti-fase diminuiu a conectividade nos idosos.
Curiosamente, o desempenho na tarefa de inibição de respostas melhorou após ambas as condições de estimulação (em fase e anti-fase) tanto para jovens quanto para idosos. Isso sugere que, embora a tACS possa modular a conectividade entre o rIFG e o preSMA, a melhora no controle inibitório pode não estar diretamente ligada a essa conectividade em repouso. Os autores ressaltam que, devido à ausência de um grupo controle com estimulação simulada (sham), não se pode descartar completamente o efeito placebo. No entanto, os diferentes efeitos neurofisiológicos observados com a estimulação em fase e anti-fase indicam que a conectividade em repouso entre as áreas cerebrais provavelmente não é o único fator responsável pelas mudanças no desempenho inibitório. Estudos futuros com grupos controle sham são necessários para confirmar esses achados e explorar mais a fundo os mecanismos subjacentes.
Origem: Link