A relação entre o corpo e a mente é intrínseca, e um estudo recente investigou como a caminhada pode influenciar os processos cerebrais relacionados à cognição. Pesquisadores exploraram os efeitos da caminhada em tarefas cognitivas, buscando entender como o movimento impacta a preparação mental e a execução de atividades que exigem foco e atenção.
O estudo envolveu a análise da atividade cerebral por meio de potenciais relacionados a eventos (ERPs) em duas condições distintas: participantes em repouso, em pé, e participantes caminhando em uma esteira enquanto realizavam uma tarefa cognitiva de discriminação visual. Além disso, os pesquisadores controlaram a presença de fluxo óptico (sensação de movimento visual) para avaliar seu impacto em um cenário de caminhada mais realista. Os resultados revelaram que a caminhada tem um efeito positivo tanto nos processos motores quanto nos cognitivos, resultando em uma melhora na velocidade de resposta e na precisão das tarefas.
Essa melhora sugere que caminhar durante a execução de uma tarefa cognitiva visuomotora pode não apenas evitar interferências na preparação da tarefa, mas também aumentar a ativação cortical nas áreas pré-frontais e pré-motoras do cérebro. Em outras palavras, a caminhada pode otimizar a integração cortical, ampliando os recursos cognitivos e motores. Adicionalmente, a presença de fluxo óptico parece impulsionar a preparação motora e reduzir o tempo de resposta, evidenciando a eficácia de simulações de caminhada mais realistas. No entanto, o excesso de informação visual simultânea pode aumentar a carga cognitiva, impactando a precisão. Esses achados corroboram a teoria dos múltiplos recursos, que postula que o cérebro tem a capacidade de otimizar e aprimorar tanto os recursos cognitivos quanto os motores durante tarefas duplas que não competem entre si.
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