A atenção compartilhada, a capacidade de focar em um objeto ou evento com outra pessoa, é uma habilidade social fundamental. Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente apresentam dificuldades na iniciação da atenção compartilhada (IAC). Tradicionalmente, a avaliação da IAC tem se concentrado nos sentidos da visão e audição. No entanto, pesquisas recentes estão expandindo nossa compreensão para incluir a interação tátil como uma modalidade importante, especialmente nos primeiros anos de vida.
Um estudo prospectivo acompanhou 60 bebês, incluindo 16 diagnosticados posteriormente com TEA, até os 36 meses de idade. Os pesquisadores analisaram vídeos das crianças durante a aplicação da escala Communication and Symbolic Behavior Scales-Developmental Profile, buscando identificar a frequência da IAC em diferentes modalidades sensoriais. Os resultados indicaram que, durante o segundo ano de vida, crianças autistas demonstraram menor frequência de IAC visual, auditiva e visual-auditiva combinada, em comparação com seus pares em desenvolvimento típico. Surpreendentemente, essas crianças exibiram maior frequência de IAC tátil.
A descoberta mais notável foi a correlação entre a frequência de IAC tátil aos 12 meses e os sintomas sociais aos 24 meses. Uma correlação positiva foi observada em todos os participantes, enquanto uma correlação negativa foi identificada especificamente dentro do grupo TEA. Esses resultados sugerem que variações no uso de diferentes modalidades sensoriais de IAC podem influenciar o desenvolvimento futuro das habilidades de comunicação social. Compreender o papel da interação tátil na atenção compartilhada pode abrir novas portas para intervenções precoces e mais eficazes para crianças com TEA, focando em abordagens multissensoriais que considerem as preferências e necessidades individuais de cada criança. O registro do ensaio clínico é www.chictr.org.cn , identificador ChiCTR2100049811, 2021-08-10.
Origem: Link