Um estudo recente realizado na Califórnia lança luz sobre uma possível ligação entre a exposição à poluição do ar durante a gravidez e nos primeiros anos de vida e um risco aumentado de Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa, que analisou dados de mais de dois milhões de crianças, revelou que a exposição a poluentes específicos, como material particulado fino (PM2.5) e dióxido de nitrogênio (NO2), pode estar associada a um maior risco de desenvolvimento de TEA.
O estudo considerou fatores sociodemográficos importantes e identificou que o impacto da poluição do ar pode variar entre diferentes grupos. Por exemplo, a exposição ao NO2 no período pós-natal apresentou um efeito mais forte em crianças negras e hispânicas, sugerindo uma maior contribuição de fontes de poluição relacionadas ao tráfego nessas comunidades. Essa descoberta destaca a importância de considerar as desigualdades ambientais e as vulnerabilidades específicas de diferentes populações ao investigar os efeitos da poluição na saúde.
Os pesquisadores utilizaram modelos estatísticos complexos para analisar os dados e levar em conta outros fatores que poderiam influenciar o risco de TEA, como características individuais e regionais. Os resultados indicam que a redução da exposição à poluição do ar, especialmente durante períodos críticos do desenvolvimento infantil, pode ser uma estratégia importante para reduzir o risco de TEA na população. Este estudo reforça a necessidade de políticas públicas que visem a melhorar a qualidade do ar e proteger as populações mais vulneráveis, como gestantes e crianças pequenas, dos efeitos nocivos da poluição.
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