Autismo e Autoagressão: A Importância do Rastreamento em Pacientes Psiquiátricos

Um estudo recente publicado no Nordic Journal of Psychiatry destaca a importância crucial de identificar o autismo em pacientes psiquiátricos que apresentam comportamentos de autoagressão severa. A pesquisa, parte do projeto ‘Extreme Challenges’, revela que o autismo não diagnosticado pode agravar as dificuldades desses pacientes ao longo do tempo, especialmente devido a interações ineficazes com o sistema de saúde mental.

O estudo envolveu 42 pacientes internados em 12 hospitais, sendo a maioria mulheres, com histórico de frequentes internações por autoagressão. Utilizando a Escala Diagnóstica de Autismo de Ritvo e Asperger – Revisada (RAADS-R) para rastreamento, os pesquisadores encontraram uma prevalência significativa de autismo não diagnosticado na amostra. Quatro participantes já possuíam diagnóstico de autismo, e a aplicação da RAADS-R revelou que uma proporção ainda maior da amostra apresentava resultados positivos para o transtorno, mesmo utilizando critérios de corte rigorosos.

Os resultados indicam que pacientes com pontuações mais elevadas na RAADS-R também reportaram níveis mais altos de ansiedade, depressão e sintomas relacionados a traumas. Além disso, apresentaram um funcionamento mais precário em aspectos como personalidade, relacionamentos íntimos, regulação emocional e alexitimia (dificuldade em identificar e expressar emoções). Essas descobertas reforçam a necessidade de uma triagem ativa para autismo em pacientes com histórico de autoagressão, permitindo intervenções mais adequadas e evitando que interações negativas com o sistema de saúde mental agravem ainda mais suas dificuldades. A identificação precoce pode levar a abordagens terapêuticas mais eficazes e melhorar significativamente a qualidade de vida desses indivíduos.

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