A dor persistente no ombro, muitas vezes relacionada à cabeça longa do tendão do bíceps (CLTB), pode significar um grande desafio para muitos indivíduos. Embora tratamentos não cirúrgicos possam ser eficazes para casos mais leves, situações mais graves e resistentes podem exigir intervenção cirúrgica. Nesses casos, a tenodese subpeitoral do bíceps surge como uma opção promissora, buscando remover o tecido danificado da região do sulco bicipital e, assim, aliviar a dor e restaurar a funcionalidade.
Um estudo recente detalhou uma técnica específica para realizar a tenodese subpeitoral, utilizando uma âncora de sutura. Essa técnica se destaca por empregar uma perfuração unicortical de pequeno calibre, o que pode potencialmente minimizar o risco de fraturas iatrogênicas. A pesquisa acompanhou um paciente com histórico de dor anterolateral no ombro esquerdo, que se intensificava com atividades elevadas e não obteve melhora significativa com fisioterapia e outras medidas conservadoras. Após avaliação e discussão das opções de tratamento, optou-se por uma abordagem cirúrgica abrangente, que incluiu artroscopia do ombro, desbridamento, reparo do manguito rotador e a tenodese subpeitoral do bíceps.
Os resultados da tenodese subpeitoral demonstraram potencial para reduzir a dor, apresentando baixas taxas de complicação e altos níveis de satisfação entre os pacientes. A técnica cirúrgica enfatiza a importância do posicionamento preciso da incisão na prega axilar, assim como o tensionamento da pele durante a incisão e a retração do tendão conjunto. Adicionalmente, destaca-se o uso de um laço de travamento e uma técnica de fixação de ‘double luggage tag’ com uma âncora de sutura dupla para a tenodese do bíceps. O estudo também oferece considerações sobre o tensionamento ideal do CLTB durante o procedimento, além de abordar os resultados, o protocolo de reabilitação pós-operatória e as possíveis armadilhas e dicas técnicas para o sucesso da cirurgia.
Origem: Link