A teleregulation, ou telerregulação, emerge como uma ferramenta crucial para otimizar o acesso a cuidados de saúde especializados, especialmente em áreas como a gastroenterologia, onde a demanda frequentemente excede a oferta de especialistas. Um estudo recente conduzido em uma grande cidade brasileira investigou o impacto da telerregulação na resolução de encaminhamentos na área de gastroenterologia, revelando resultados promissores.
O estudo, de natureza retrospectiva e transversal, analisou solicitações de telerregulação oriundas da atenção primária à saúde entre outubro de 2022 e junho de 2023. Foram avaliados dados demográficos dos pacientes, as razões para as solicitações de triagem e os resultados obtidos. Os resultados indicaram que, de 3.000 sessões de telerregulação analisadas, a maioria (68,17%) era de mulheres, com idade média de 54,32 anos. As principais razões para o encaminhamento incluíam a solicitação de exames (64,13%), a discussão sobre a conduta médica (26,63%) e a solicitação de encaminhamento para um especialista (9,24%).
O achado mais relevante do estudo foi a alta taxa de resolução de casos através da telerregulação: 89,9% das solicitações foram resolvidas sem a necessidade de encaminhamento para um especialista. Apenas 10% dos casos exigiram encaminhamento, enquanto 6,61% foram considerados solicitações incorretas e 14,95% foram priorizados. Esses números demonstram o potencial da telerregulação para desafogar o sistema de saúde, garantindo que os especialistas em gastroenterologia concentrem seus esforços nos casos mais complexos e que realmente necessitam de atenção especializada. A telerregulação se configura como uma estratégia valiosa para a gestão da saúde, promovendo um acesso mais eficiente e equitativo aos cuidados gastroenterológicos. Em um país com as dimensões do Brasil, a telerregulação pode ser a chave para democratizar o acesso a saúde de qualidade.
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